O Benfica entristece-me.
Os jogadores desesperam-me.
O treinador irrita-me.
O silêncio ensurdecedor deixa-me intrigado.
Mas o que me mais me enoja, afasta, silencia, e me rói por dentro é ver no que se transformaram os benfiquistas.
O que leio neste FB - e leio pouco e apenas e só nesta rede (segundo sei, o Twitter ainda é pior que o FB) é de uma tristeza e decepção sem precedentes.
Aquilo que foi a luta de BdC, Saraiva, J. Marques e tantos outros, está ganha. Conseguiram.
Venceram.
O Benfica é hoje um clube a ferro e fogo. De benfiquistas contra benfiquistas. De benfiquistas a insultar benfiquistas.
A mim - não directamente porque não lhes dou essa hipótese e esse prazer - o menor dos insultos dirigidos é "Vieirista".
Não vou enumerar os piores porque a lista é extensa.
Os da minha cor. Os que vestem a mesma camisola, colocam o mesmo cachecol, vão para a mesma bancada e festejam as mesmas vitórias.
Os meus irmãos de alegrias e tristezas são hoje piores que os piores de outras cores.
No nosso clube deixou de haver espaço para contestar e combater rivais ou arbitragens.
Para estes benfiquistas, quais inimigos, Vieira, Rui Costa, DSO, Luisão, JJ, são o cancro do futebol em Portugal.
Bons são os que saíram, os que já lá não estão, os que têm de voltar.
E bons são PdC, Varandas, Rúben Amorim, Vasco Santos, Veríssimo e toda essa corja de vendidos que, com requintes de gozo e a mando do dono, têm posto o pé em cima de um Benfica em risco de afogamento por culpas próprias.
Culpas próprias, que, para esses, ilibam tudo o resto.
Estou farto de escrever, desde que a época começou, que em Portugal é muito fácil fabricar um campeão e afundar outros.
Para Fontelas Gomes, apanhar um Benfica em défice exibicional foi "ouro sobre verde".
Com isto não estou a ilibar jogadores e treinador. Estou a dizer que a fragilidade destes deu o cenário ideal para que outros fizessem o resto.
A confiança desta equipa nunca foi muita. O alargar do fosso não melhorou esse aspecto.
Para mim, enquanto benfiquista de muitos anos e muitos campeonatos, é só mais uma temporada má. Desportivamente má.
A desilusão é grande porque as expectativas - de todos, não apenas as minhas - eram elevadíssimas. Previa-se e esperava-se uma temporada de grande futebol e êxitos e tudo saiu ao contrário.
Não sei como vai terminar a época. Provavelmente será um zero em títulos e veremos em que lugar no campeonato.
Mas para mim, benfiquista e não Vieirista, Noronhista ou outra merda qualquer, no início da próxima época, tudo se renova e as expectativas voltarão. E as esperanças, as alegrias e tristezas. Porque é assim que isto funciona desde que decidi que o futebol era uma paixão e o Benfica o meu clube.
Mas estarei cada vez mais só. Mais discreto. Mais isolado. Menos participativo.
Porque este benfiquismo e estes benfiquistas que se dizem defensores do Glorioso, da sua história, dos seus valores, mas que atacam o clube que dizem amar e insultam e agridem quem se senta ao seu lado na bancada, nada tem a ver comigo nem com o benfiquismo que defendo.
São os defensores de uma democracia a conquistar com base num golpe de estado. Porque alguém passou a mensagem que as eleições foram uma vigarice.
Como já antes, à boa moda da propaganda manipuladora, passaram a mensagem que Vieira era o diabo em forma de gente e que só lá está para roubar o Benfica.
Hoje, como sempre, é muito fácil manipular espíritos fracos e massas estupidificadas.
E hoje, para além dos inimigos naturais, temos activo um exército vermelho, que não irá dar descanso e que levará tudo à sua frente, até que consigam o que pretendem.
O falhanço deste ano desportivo, de JJ e dos craques contratados, é sopa no mel para agravar a guerra civil.
Já não precisamos dos outros para nos destruir. Está em marcha um suicídio.
Por mim, façam o que quiserem. Como quiserem.
Invadam o Seixal. Batam nos jogadores - para JJ já não é novidade.
Pintem paredes.
Exibam tarjas.
Apedrejem o carro do Vieira.
Insultem adeptos e toda a gente.
Escrevam no JN. Gritem na CMTV.
Quero que se foda.
Quero que se fodam todos.
Eu viverei o Benfica como eu quiser.
Cada vez mais longe de tanta podridão, por certo.
Ps: texto não é meu não sei quem foi o autor mas revejo- me em tudo que está escrito